Advento

 

ADVENTO tempo de Vigiar, Preparar, Alegrar e Confiar -

 Magda Melo

O advento é tempo especial de silêncio esperança e contemplação, escuta, vigília, sobriedade e coração aberto e é celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal.

As quatro velas simbolizam os quatro domingos do Advento. Vamos acendendo uma a uma, as quatro velas que representam a chegada de Jesus entre nós, ele que é a luz do mundo aquele que dissipa toda a escuridão.

E assim vigiando, preparando, alegrando e confiando, vamos interiorizando, perdoando-nos e aos que ofendemos, sendo promotores de alegria e paz, em preparação a chegada do Messias.

A Evangelii Gaudium n.88 nos convida ir ao encontro do outro, nos dizendo:

O ideal Cristão convidará sempre a superar a suspeita, a desconfiança permanente,

o medo de sermos invadidos, as atitudes defensivas que nos impõe o mundo atual. Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade confortável ou no círculo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho.

Porque, assim como alguns fizeram um Cristo puramente espiritual, sem carne nem Cruz, também se pretendem relações interpessoais medidas apenas por sofisticados aparatos,

por ecrãs e sistemas que se podem acender e apagar à vontade.

Entretanto o evangelho convida-nos sempre abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com seus sofrimentos e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado.

A verdadeira fé no filho de Deus feito carne é inseparável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros.

Na sua encarnação, o filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura.

 

       “Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).

       É necessário ainda, ser ecumênico, desenvolver uma espiritualidade amadurecida e sincera, com sentimentos e atitudes de acolhimento, humildade e respeito ao outro, numa real intimidade com Deus.

 

As bem-aventuranças da vida cristã ecumênica

1- Bem-aventuradas as pessoas que amam a sua igreja

2- Bem-aventuradas as pessoas que sabem dizer quem são sem desvalorizar o outro

3- Bem-aventuradas as pessoas que sabem ouvir e querem conhecer as outras pessoas diferentes

4- Bem-aventuradas as pessoas de igrejas diferentes que trabalham juntas por um mundo melhor

5- Bem-aventuradas as pessoas que partilham dons e recursos na evangelização

6- Bem-aventuradas as pessoas que sabem curar feridas

7- Bem-aventuradas as pessoas que ensinam às crianças, aos jovens e aos adultos na espiritualidade da reconciliação ecumênica

8- Bem-aventuradas as pessoas que veem na diversidade uma riqueza

9- Bem-aventuradas as pessoas que vivem a alegria da oração ecumênica

10-         Bem-aventuradas as pessoas que cultivam as qualidades necessárias à vida cristã ecumênica

 

ADVENTO tempo de começar mais uma vez - Magda Melo


Jesus neste tempo de advento nos diz, Vigiai! comece mais uma vez, criando ao mesmo tempo a vinda e a espera. Que o Advento nos dê vida neste tempo de medo, mas também, esperança na certeza do amor de Jesus.

Vigiar é permanecer firmes no dia, na noite, nas tempestades, O advento é tempo especial de silêncio esperança e contemplação, escuta, vigília, sobriedade e coração aberto.

E assim vigiando, preparando, alegrando e confiando, vamos interiorizando, perdoando-nos e aos que ofendemos, sendo promotores de alegria e paz, em preparação a chegada do Messias.

Vigiar significa cuidar sem descuidar-se, ter cuidado e interesse por todos e tudo. Ter cuidado significa reconhecer o valor de cada pessoa individual e de cada relação. Significa ter uma grande atenção ao gesto mais simples, vigia aquele que nada e ninguém o faça dizer: “Não me interessa”.

Vigiar neste advento, portanto, será para nós permanecer fiéis na noite, vigiando para que nossa pequenina fé não se inflame e se torne tão brilhante, e ofusque e cegue as pessoas. Que a noite seja sempre a medida da nossa fé, porque, se cedermos à tentação de querer ver e saber tudo, não viveremos mais no espaço de fé, mas das certezas, e não seremos mais fiéis.

Ser fiéis na noite, como Jesus nos ordena, também significa tomar consciência de que a noite é o tempo do silêncio, das vozes baixas, dos sussurros, do murmúrio submisso. Na noite, não se grita, não se eleva o tom, não se faz ouvir a própria voz na praça. Jesus, instituindo-nos como fiéis na noite, quer que a Sua palavra, o Seu Evangelho se meça com o silêncio da noite.

Jesus dá aos seus discípulos e a nós um mandamento, e diz: “Até o meu retorno, que o modo de vocês serem fiéis e que o modo de vocês estarem no mundo sejam um vigiar, sejam um esperar-Me.

O Senhor nos deu a única coisa necessária para quem está no escuro, uma lâmpada: “A tua palavra é lâmpada para os meus passos” (Sl 119, 105).

Dispomos apenas da pequena chama de uma lâmpada. Mas uma chama não ilumina tudo, não permite ver tudo, mas apenas o suficiente para poucos passos. Por isso, a nossa fé, assim como a Palavra que a gera, é apenas uma pequena chama que não permite ver tudo como em plena luz, não possui a clareza sobre tudo e, portanto, não dá certezas inabaláveis, não oferece verdades absolutas a serem impostas com força, não permite a arrogância daqueles que presumem possuir toda a verdade. Os fiéis na noite procuram a verdade com o mesmo esforço com que, no escuro, se busca o caminho: apalpando, muitas vezes errando e se desviando do caminho.


“A Evangelii Gaudium n.88 nos convida ir ao encontro do outro, nos dizendo: 

O ideal Cristão convidará sempre a superar a suspeita, a desconfiança permanente, 

o medo de sermos invadidos, as atitudes defensivas que nos impõe o mundo atual. Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade confortável ou no círculo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho. 

Porque, assim como alguns fizeram um Cristo puramente espiritual, sem carne nem Cruz, também se pretendem relações interpessoais medidas apenas por sofisticados aparatos,

por ecrãs e sistemas que se podem acender e apagar à vontade. 

Entretanto o evangelho convida-nos sempre abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com seus sofrimentos e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado. 

A verdadeira fé no filho de Deus feito carne é inseparável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros. 

Na sua encarnação, o filho de Deus convidou-nos à revolução da ternura.


Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).

É necessário desenvolver uma espiritualidade amadurecida e sincera, com sentimentos e atitudes de acolhimento, humildade e respeito ao outro, numa real intimidade com Deus.


Advento: Esperançar mesmo na desesperança - Magda Melo


Neste ano ainda estamos vivendo o medo, as incertezas, essa realidade da pandemia, que diminuiu com a vacina, a mortalidade, mas a doença continua nos rondando. Diante de todo esse contexto nossa esperança também se abala, nossa fé se fragiliza. O advento é tempo especial de silêncio, esperança e contemplação, escuta, vigília, sobriedade e principalmente coração aberto e prontos a acolher Jesus Cristo.

Que o Advento nos dê vida neste tempo de incertezas, e esperança na certeza do amor de Jesus. Nos torne vigilantes e firmes nas tempestades, cuidadores sem descuidar-nos, cuidando e interessando por todos e tudo. Ter cuidado significa reconhecer o valor de cada pessoa individual, de cada relação, do grupo. Significa ter uma grande atenção ao gesto mais simples, vigiar para que todos se interessem por todos e por tudo que está acontecendo, empenhando-se para que o melhor seja realizado, pontes construídas na espera e certeza da vinda de Jesus Cristo.

Portanto, esse advento, será para nós permanecer fiéis na noite, vigiando para que nossa pequenina fé não se inflame e se torne tão brilhante e ilumine a escuridão e onde a fé possa estar fragilizada. Que a noite seja sempre a medida da nossa fé, porque, se cedermos à tentação de querer ver e saber tudo, não viveremos mais no espaço de fé, mas das certezas, e não seremos mais fiéis.

Ser fiéis na noite, como Jesus nos ordena, também significa tomar consciência de que a noite é o tempo do silêncio, das vozes baixas, dos sussurros, do murmúrio submisso. Na noite não se grita, não se eleva o tom, não se faz ouvir a própria voz na praça. Jesus, instituindo-nos como fiéis na noite, quer que a sua palavra, o seu Evangelho se meça com o silêncio da noite.

Jesus dá aos seus discípulos e a nós um mandamento e diz: “Até o meu retorno, que o modo de vocês serem fiéis e que o modo de vocês estarem no mundo sejam um vigiar, sejam um esperar-me. O Senhor nos deu a única coisa necessária para quem está no escuro, uma lâmpada: “A tua palavra é lâmpada para os meus passos” (Sl 119, 105).

Dispomos apenas da pequena chama de uma lâmpada. Mas uma chama não ilumina tudo, não permite ver tudo, mas apenas o suficiente para poucos passos. Por isso, a nossa fé, assim como a Palavra que a gera, é apenas uma pequena chama que não permite ver tudo como em plena luz, não possui a clareza sobre tudo e, portanto, não dá certezas inabaláveis, não oferece verdades absolutas a serem impostas com força, não permite a arrogância daqueles que presumem possuir toda a verdade. Os fiéis na noite procuram a verdade com o mesmo esforço com que, no escuro, se busca o caminho: apalpando, muitas vezes errando e se desviando do caminho.

E assim vigiando, preparando, alegrando e confiando, vamos interiorizando, perdoando-nos e sendo promotores de alegria e paz, apesar da dor e da incerteza, mas na certeza e em preparação a chegada do Messias.


“Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).

É necessário ainda, ser ecumênico, desenvolver uma espiritualidade amadurecida e sincera, com sentimentos e atitudes de acolhimento, humildade e respeito ao outro, numa real intimidade com Deus.

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