ALIMENTAR NOSSA ESSÊNCIA
Alimentar nossa essência
“Vou cavar em volta dela e colocar adubo; pode ser que venha a dar fruto” (Lc 13,8-9)
Magda Melo
A vida tem sido um desafio cada vez maior diante dessa maneira alucinada, apressada, frenética, que estamos vivendo hoje, vamos aceitando e entrando de cabeça nesse ritmo acelerado. Perdemos a calma, o equilíbrio, a paciência e saímos derrubando tudo e todos para acompanhar a realidade, para não ficar para trás.
Dessa maneira, esquecemos os valores, nossa essência, pois não nos enxergamos, não enxergamos o outro, e nem enxergamos Jesus em nós e no outro, é preciso entrar dentro de nós mesmos, revitalizar nosso ser.
Tal como a figueira da parábola do evangelho, a vida vai se atrofiando e se ressecando, porque não recebe seiva do seu interior. É pura folhagem, pura aparência e sem frutos.
O evangelho nos chama a atenção do quanto é urgente redescobrir-se, entrar dentro de si, e buscar conhecer-se como Jesus o fez, buscar a essência na oração, no encontro consigo e com Deus; na nudez de nossa forma de viver, fazer renascer uma pessoa nova, transformada.
Tal qual a figueira não podemos ser e ter aparência bela e não produzir frutos, o sentido da vida não está no que possuímos, mas, no que somos enquanto Seres Humanos, somos ricos em dons, talentos, capacidades, é necessário, buscar dentro de nós, lá na raiz, toda essa maravilha que está escondida, guardada e deixar florescer, frutificar.
Somente descendo, mergulhando no mais profundo do nosso ser, vamos experimentar a graça da paz interior, a riqueza e o êxtase do encontro com nosso Pai misericordioso, que nos concede a graça da misericórdia em nossa vida; e, encontrando nosso eu interior, experimentamos a transformação e uma vida com sentido ressignificado.
Atualmente, uma das virtudes mais difíceis de se obter é a paciência, e o evangelho destaca a importância de se ter paciência, foi assim que o agricultor mais uma vez preferiu adubar a cortar a figueira. E nesse estilo de vida conturbado, seguimos em frente e não atentamos o quanto é preciso cultivar a paciência.
Mesmo estando a videira infrutífera por tantos anos, o agricultor continua confiando que o fruto virá, no entanto, é preciso não somente esperar, mas principalmente adubar. Jesus age assim com cada um dos seus filhos, sua misericórdia é infinita, e em sua paciência divina, espera e respeita a nossa vontade. Ele conhece suas ovelhas. E é assim que Ele espera que enxerguemos a importância de se ter paciência, misericórdia, compaixão, como Ele mesmo tem por nós.
Desejamos encontrar e viver a paz, e iremos encontra-la no mais profundo de nós mesmos, no eu autentico, real, por isso, a importância da transformação, da revitalização, adubar esse vazio e essa terra seca, para renascermos e encontrarmos nosso eu verdadeiro, viçoso e revitalizado.
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