CATEQUISTA: TESTEMUNHO, SERVIÇO E ANÚNCIO

 

Catequista: testemunho, serviço e anúncio-Magda Melo

Ser catequista é amar Jesus de Nazare e os irmãos, assumindo transmitir seu projeto de amor misericordioso e permanente na educação da fé. A catequese é mais do que transmitir doutrinas, é testemunhar Jesus Cristo acolhendo e estabelecendo relação pessoal de amizade.

Magda Melo

 

Extraído do artigo Cebs e Catequese no livro Cebs e raízes escrito por Magda Melo e do livro Lugar do encontro com a Palavra que nos liberta – Cebs de Minas. Magda Melo, Nelito Dornelas e Manoel Godoy

 

Ao gerar novos filhos e filhas pelo batismo, a Igreja necessita cuidar desses filhos, com cuidado de mãe, com atenção, escuta e acompanhamento atento, comprometida com seu crescimento e seu despertar maduro da fé, tornando-se um cristão adulto. Para tanto, há que nutri-los com alimento adequado propondo-lhes um caminho a ser seguido, e, ao mesmo tempo, a comunidade alimenta-se dos alimentos que estes também lhe oferecem. É uma estrada de mão dupla pela qual todos devemos percorrer constantemente.

A catequese comunitária é o lugar da conversão pastoral na qual se supera a visão de uma Igreja voltada para si, numa pastoral de manutenção, e lança-se na missão de encontrar meios para responder aos desafios do mundo atual, inserindo-se na realidade concreta da vida das pessoas.

Assume-se a vivência de uma igreja povo de Deus, no qual a comunidade é enviada ao coração do mundo para testemunhar, servir e promover a vida em vista ao reino de Deus.

A formação para o discipulado constitui-se uma das prioridades da Igreja, sendo a catequese um dos caminhos que possibilita a formação do discípulo(a) missionário(a). A catequese comunitária é desafiada a oferecer um itinerário processual e permanente da educação da fé, em que os sacramentos não são a conclusão da caminhada, mas significam a culminância de um processo permanente que se configura à pessoa de Jesus Cristo e seu Reino.

Com sua metodologia própria, a catequese é capaz de propor os elementos necessários para uma efetiva Iniciação à vida cristã, por meio de uma leitura bíblica contextualizada, uma liturgia inculturada e um despertar da consciência crítica engajada. Tudo num clima comunitário e eclesial.

Nesta concepção de catequese de iniciação, é indispensável a figura do catequista, porém, nesta concepção de catequese há necessidade de um novo catequista, chamado a viver sua vocação comunitária, consciente da sua missão evangelizadora inserida na comunidade.

A comunidade inteira torna-se sinal de algo muito bom na vida das pessoas. Jesus respondeu aos que o buscavam: Vinde e vede! Ele, evidentemente, passou nesse teste que ele mesmo propôs. Eles foram, viram, se encantaram com o que vivenciaram, ficaram, aprenderam, depois partiram em missão com a vida transformada para sempre. A iniciação à vida cristã supõe uma comunidade que passe no teste do Vinde e vede. Iniciação não é só aprendizado de doutrina. É inserção na totalidade da experiência de fé dentro de uma comunidade em que se identifica a presença ativa do fermento do evangelho e a força transformadora do amor de Jesus.

Para que tudo isso seja experimentado no processo de iniciação, a comunidade faz um planejamento participativo num sólido espírito de pastoral orgânica. Diz o Documento de Aparecida: Uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário.

Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, pessoas consagradas e agentes de pastoral (DAp 291).

Essa renovação fica estimulada pela permanente necessidade de oferecer uma boa imagem de Igreja a quem se inicia. Cuidando bem dos que chegam, a comunidade acaba cuidando melhor de si mesma, como pais que se esforçam para ser melhores porque seus filhos precisam de seu exemplo. Por isso o Documento de Aparecida insiste na necessidade de conversão: A conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Daí nasce a atitude de abertura, diálogo e disponibilidade para promover a corresponsabilidade e participação efetiva de todos os fiéis na vida das comunidades cristãs. Hoje, mais do que nunca, o testemunho de comunhão eclesial e de santidade são uma urgência pastoral (DAp 368).

Com esse estímulo, a comunidade torna-se bem mais animada para fazer o que lhe está sendo insistentemente pedido:

Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que não favoreçam a transmissão da fé (DAp 365).

Especialmente, uma comunidade comprometida com um processo de iniciação é aquela Igreja onde quem chega se sente em casa, acolhido num ambiente de fraterna cooperação, estimulado a servir com alegria e com a esperança de poder fazer diferença em meio aos sofrimentos e injustiças deste nosso mundo. É um estímulo a mais para viver uma das grandes afirmações de Christifideles Laici, retomada em Aparecida: A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão (ChL 32; cf DAp 163)

A pastoral catequética é responsável na formação de uma comunidade verdadeiramente cristã, na qual as pessoas se sintam em casa, partilhando da Palavra, do Pão, vivendo a Caridade e promovendo a Missão.

Parabéns catequista, por sua resposta a esta vocação nessa nobre e desafiante missão. Continue firme, seu trabalho pastoral e compromisso cristão é fundamental. Que Deus lhe abençoe!

 Magda Melo

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