SÃO JOSÉ E O TRABALHADOR
SÃO JOSÉ E O TRABALHADOR - 1º DE MAIO
Magda Melo
Celebramos neste ano de 2022, o dia da trabalhadora e do trabalhador, em meio a guerra na Ucrânia, resquícios da pandemia da Covid19, e junto estamos vivendo uma enorme perda dos direitos conquistados, tornando incerta as condições de vida.
O Brasil é um dos países com maior número de mortes em acidentes de trabalho no mundo, ultrapassando as mortes de qualquer guerra.
O trabalho é fundamental para a dignidade da pessoa, contribui para a construção de uma sociedade justa. O trabalhador não é mercadoria, por isso, não pode ser coisificado. Ele é sujeito e tem direito à justa remuneração, que não se mede apenas pelo custo da força de trabalho, mas também pelo direito à qualidade de vida digna.
Na Constituição Brasileira os artigos referentes a este assunto são encontrados no capítulo I, artigo 5°, que trata dos direitos e deveres individuais e coletivos. Cada um de nós tem o direito de viver e ser livre, ter sua casa, ser respeitado como pessoa, não ter medo, não ser pisado por causa de seu sexo, cor, idade, trabalho, da cidade de onde veio, da situação em que está, ou por causa de qualquer outra coisa, porque temos os mesmos direitos, esses direitos são sagrados e não podem ser retirados de nós.
O evangelho é contra toda ganância, contra a exploração do trabalhador, contra as repressões e politicagens. Jesus de Nazaré veio para libertar seu povo e a Igreja continua sua missão na sociedade, caminhando à luz do Evangelho, lutando contra as injustiças que atingem os trabalhadores e trabalhadoras, para que todos possam participar dignamente dos frutos de seu trabalho. Diante disso, dizemos não ao “conceito economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social” (Papa Francisco, Audiência Geral, 1º. de maio de 2013).
A nossa fé não nos permite fazer diferença de raça, de religião, de partido político. Por isso, nós cristãos lutamos pelo bem de todos os trabalhadores, principalmente pelos que mais sofrem, pelos idosos, pelos deficientes, pelo homem, pela mulher, pelo trabalhador, trabalhadora, pelas crianças, pelos jovens.
Ao celebrar a festa de São José Operário, em que Papa Francisco convoca ano dedicado a São Jose, em comemoração aos 150º aniversário, uma carta apostólica intitulada “Patris corde” (coração de pai), inteiramente dedicada ao “pai adotivo” de Jesus, a Igreja não quer outra coisa senão colocar-se a serviço da classe trabalhadora, sob a proteção deste santo tão querido pelos brasileiros e ter a presença dos trabalhadores dentro da Igreja e ser a presença da Igreja junto aos trabalhadores.
Que a luta e a resistência, alimentada pela fé em Jesus de Nazaré e na devoção a São José Operário, nos fortaleça nessa caminhada rumo ao Reino que se constrói no caminho.
Por isso, há necessidade de defender o trabalho e a dignidade do trabalhador como nos tem pedido o Papa Francisco:
Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença.
No Brasil ainda no primeiro trimestre de 2020 chegou-se a marca de 13 milhões de desempregados! São José Operário, interceda ao nosso Deus misericordioso bençãos e nos fortaleça cada vez mais na justiça, na paz, na fraternidade. E olhe com olhar de Pai amoroso para o nosso povo e o nosso Brasil.
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